sexta-feira, 19 de abril de 2013

Elvis Presley de todas as formas.


Cover Ben Portsmouth se apresenta no Recife neste sábado. Há lançamentos no cinema e na indústria fonográfica
Ben Portsmouth. Crédito: Patrick Meaney/Divulgação

Ele é imitado desde sempre. Na metade dos anos 1950, logo após os primeiros sucessos de Elvis Presley no mundo da música, um garoto de 16 anos chamado Jim  Smith já subia aos palcos para reproduzir os gestos e a voz do ídolo. Seis décadas depois, o fascínio se espalha pelo mundo como epidemia. “É impossível contar, mas sabemos que hoje há pelo menos 80 mil covers pelo mundo”, diz a presidente do fã-clube pernambucano Elvis Number One, Eliane Mendes (ou Lili Presley, como prefere ser chamada).

Elvis morreu, sim, sejamos razoáveis e céticos. A despeito dos milhões de admiradores e de algumas teorias conspiratórias, o Rei do Rock nos deixou há quase 36 anos (data lembrada em agosto). Mas o chavão “Elvis não morreu” tem alguma verdade em si. O mito da música, o inventor do rock, o dono da voz potente e versátil, o ícone pop é, de alguma forma, eterno. E, felizmente, protagoniza um eterno retorno às diversas vertentes do mercado de entretenimento, para deleite do público.

Ao menos dois grandes eventos trazem a memória do Rei para os fãs recifenses. O primeiro, no sábado, é a vinda do britânico Ben Portsmouth, cover aclamado mundo afora pela semelhança física, potência vocal e habilidade enquanto imitador dos trejeitos do ídolo. No ano passado, ele venceu o Worldwide Ultimate Elvis Tribute Artist Contest e passou a ser considerado o melhor artista-tributo do mundo. Ele foi o primeiro cantor fora dos Estados Unidos a conquistar o título.

Embora a aparência de Portsmouth remeta ao Elvis galanteador do final da década de 1960, ele faz questão de reviver momentos das várias épocas da carreira do ídolo, de 1954 a 1977. Acompanhado da banda Taking Care of Elvis, ele interpreta sucessos mais antigos, como Jailhouse rock e All shook up, até os mais recentes, como Love me tender, It's now or never e Kiss me quick.

Em entrevista concedida por e-mail ao Viver, o britânico falou da experiência de reviver o Rei do Rock.

Influência desde cedo
“Quando jovem, meus pais sempre me colocavam para ouvir excelentes músicas de rock n’ roll: Chuck Berry, Buddy Holly… mas Elvis sempre se destacou. Tornei-me fã desde a adolescência, e gosto de todas as fases da carreira. Minha música preferida é Moody blue e tenho apreço especial pelas canções gospel gravadas por ele.”

De fã a cover
“Comecei a aprender a tocar e cantar as músicas de Elvis, que considero uma lenda absoluta capaz de conectar todas as pessoas. Uma boa maneira para aprender como imitá-lo é ouvir sempre suas músicas e qualquer material em vídeo que surja. Faço isso quase todos os dias.  (…) Para me parecer com Elvis, o máximo que fiz foi pintar o cabelo. Não seria capaz de fazer cirurgias plásticas ou algo assim, apenas se fosse para o meu próprio benefício.“

Prazo de validade

“A melhor parte de ser um cover reconhecido é viajar o mundo e se apresentar para plateias diversas.  A pior é que em algum momento isso vai acabar. (…) Também sou compositor, cantor e professor de música. Tenho outros projetos em mente para o futuro.”

Ben Portsmouth

Show no Recife

“É difícil dizer o que tenho de diferente em relação aos demais covers, mas acredito que há uma conexão recíproca com o público. O melhor momento do show é quando tenho um bom sentimento em relação às músicas que estou interpretando e sinto o mesmo vindo da parte dos fãs. É um momento para nos divertirmos e respeitarmos o legado de Elvis. A banda que me acompanha é formada pelos melhores músicos em suas áreas. Eles são capazes de dar vida à música.”

SERVIÇO The King is Back Show - Ben Portsmouth
Onde: Teatro da UFPE (Avenida dos Reitores, Cidade Universitária)
Quando: Sábado, às 21h
Ingressos: Lojas Esposende dos shoppings

NA MEMÓRIA DOS FÃS

“Ben Portsmouth é simplesmente perfeito. Incorpora o personagem, dança, aprofunda muito a voz, varia o tom… Eu e minha esposa estamos bastante ansiosos para o show. Do nosso fã-clube, estarão presentes grande parte dos 120 membros. Para mim, Elvis está vivo. As pessoas só morrem quando são esquecidas. Mas se fazem coisas boas, morrem e se perpetuam.”

Bartolomeu Pinheiro, presidente do fã-clube Sweet Elvis (Olinda)

“Elvis está em nossas mentes e nos nossos corações. Ao ver o Ben, temos a sensação de que um pouco de Elvis está ali. Acho que vai agradar muito os recifenses, pois é muito bonito e  carinhoso com os fãs. Elvis é o cara. Como disse John Lennon, ‘antes dele não havia nada’. Sou apaixonada.”

Eliane Mendes (Lili Presley), presidente do fã-clube Elvis Number One (Recife)

Elvis in Concert (16/08/12) Memphis-TN



Paris Filmes/Divulgação


COVER DA DEPRESSÃO NO CINEMA
Nem todo cover tem a fama e o reconhecimento do britânico Ben Portsmouth. No longa-metragem O último Elvis, dirigido pelo argentino Armando Bo, é revelado um outro lado da história. Carlos Gutiérrez (John McInerny) segue obstinado a tornar-se o próprio ídolo. Em contraste ao devaneio, o operário de profissão e cover nas horas vagas tem a vida pessoal caótica e decadente, pontuada por conflitos familiares, profissionais e existenciais. 


Embora o mundo esteja a ponto de desmoronar a sua volta, o carismático Elvis argentino permanece sereno, com uma postura melancólica e passiva diante das pequenas tragédias do cotidiano. Além do final surpreendente, o filme vale a pena pelas excelentes interpretações de Carlos Gutiérrez (com destaque para a emocionante Unchained melody, piano e voz).  O longa estreia em breve nos cinemas UCI Kinoplex do Recife.




BANDA ORIGINAL, ELVIS NO TELÃO
No dia 23 de outubro, chega à cidade a turnê Elvis in concert, show-tributo realizado ao vivo por cerca de 30 músicos, alguns integrantes originais da banda do Rei do Rock. O grupo interage com um Elvis projetado em telão de LED, cujas imagens são resgatadas de especiais como Aloha from Hawaii (1973) e That's the way it is (1970). O show será no no Chevrolett Hall.  Os ingressos estão à venda no site Ingresso Rápido e variam de R$ 175 a R$ 800. 

40 ANOS DE ALOHA FROM HAWAII
Em 1973, Elvis Presley fez um show histórico na Honolulu International Arena, nos Estados Unidos, transmitido via satélite e assistido por fãs de várias partes do mundo. Para celebrar os 40 anos da apresentação, a Sony Music lança o disco duplo Aloha from Hawaii via satellite: legacy edition, que acompanha livreto com fotos raras e textos sobre o Rei do Rock. Um dos CDs apresenta edição remixada de um ensaio geral e de faixas gravadas em bastidores.

Fonte: Diário de Pernambuco por Fellipe Torres


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